Uma festa de aniversário terminou em pancadaria envolvendo um vereador, no bairro de Icaraí, em Niterói, na noite de sábado. O parlamentar niteroiense Luiz Carlos Gallo (PDT) e parentes agrediram a síndica e o porteiro do prédio onde seu filho mora. A briga começou por volta das 22h30 após Vagner Xavier José da Silva, de 27 anos, porteiro do prédio, e a síndica Rosa Maria de Oliveira, de 61 anos, pedirem o fim da comemoração de um ano do neto do vereador por conta das reclamações dos vizinhos.
Imagens do circuito interno do condomínio entregues à 77ª DP (Icaraí), e que o Extra teve acesso, mostram a chegada do vereador à portaria, na companhia de dez homens que seriam seus parentes, e o momento das agressões. Na manhã de ontem, o filho do vereador, que também se chama Luis Carlos Gallo, tentou coagir os funcionários a apagar as imagens, sem sucesso.
Assista aqui o vídeo com as imagens da agressão
A festa do neto do vereador começou às 17h. Segundo a síndica, não era possível saber quantas pessoas estiveram no playground porque a família não entregou a listagem dos convidados, como prevê o estatuto do condomínio. Ela informou, porém, que cem litros de chopp foram encomendados e que havia DJ para animar a festa. Rosa suspeita que o alto consumo de álcool tenha estimulado a confusão. O filho do vereador se mudou para o prédio com a esposa e o filho há cerca de três meses e, até então, não havia se envolvido em problemas no condomínio.
Após a agressão, Rosa foi à delegacia registrar queixa. Ela conta que Gallo ainda a seguiu na rua por alguns metros, xingando-a, até que foi barrado por pessoas que estavam em uma lanchonete nas proximidades.
O pedetista, que cumpre o quinto mandato na câmara niteroiense e integra a base do governo Jorge Roberto Silveira, também do PDT, deve ser chamado a depor nesta semana. Ontem, a síndica e o funcionário foram ao Instituto Médico Legal (IML) de Niterói para exames de corpo de delito.
— Ele é um vereador. Deveria defender o povo e não agredir. Não estou com medo. Ontem (sábado) eu ouvi as ameaças dele, mas vou seguir até o final. Isso não vai ficar assim — afirmou Rosa.
O EXTRA ligou diversas vezes para o celular de Gallo ao longo da tarde e da noite de domingo. Em uma das tentativas, uma mulher, que se identificou como Luma e disse ser filha do pedetista afirmou que ele não poderia atender, sem dizer o motivo. O filho do vereador que mora no prédio onde ocorreu a confusão também não foi localizado para comentar o fato.
