domingo, 15 de dezembro de 2013

Porteiros de Ipanema e Leblon criam plano de saúde

domingo, 15 de dezembro de 2013
Fundo banca tratamento de colegas doentes ou acidentados. Não existe um valor fixo para a contribuição, cada um dá quanto pode. Foto: Dório Victor/G1 Antônio Rufino mostra fotos do grupo de porteiros que criou o plano de saúde (Foto: Dório Victor/G1) Amizade é uma coisa muito séria para um grupo de porteiros dos bairros de Ipanema e Leblon, na Zona Sul do Rio. Tanto que eles criaram uma espécie de plano de saúde, que cobre as despesas médicas caso algum colega se acidente ou fique doente. O plano de saúde, na verdade, é um fundo formado por contribuições dos porteiros da região, como informa o jornalista Joaquim Ferreira dos Santos em sua coluna 'Gente Boa', na edição desta quinta-feira (13) do Globo. A idéia é de Antônio Raimundo Rufino de Souza, 36 anos. Mais conhecido como Lingüiça, Antônio explica que 80 porteiros dos dois bairros formaram um grupo que comparece com dinheiro sempre que um colega precisa de cuidados médicos. Não existe uma cota fixa. "Cada um ajuda como pode", explica o porteiro. “É uma forma de a gente se sentir mais seguro, caso passe por alguma dificuldade. Os colegas só fazem contribuições para o fundo quando alguém se acidenta ou fica doente. Não é uma contribuição mensal, é só enquanto durar o tratamento do colega. Os planos de saúde são muito caros. Por isso, decidimos criar esse fundo. Sai mais barato e é mais seguro”, disse. Antônio foi o primeiro a ser ajudado pelo fundo. “Em 2003 tirei férias e fui para o Ceará. Acabei sofrendo um acidente de carro. Quebrei o braço, o quadril e o fêmur. Fui operado no Ceará mesmo mas, quando eu voltei para o Rio, os médicos falaram que eu não poderia ser tratado aqui, pois tinha sido vítima de erro médico. Eu tinha que fazer fisioterapia imediatamente, senão perderia o movimento do braço. Foi quando meus colegas resolveram me ajudar”, disse. Ele conta que foi tratado no Centro Ortopédico de Ipanema e que os custos foram pagos com a ajuda de seus colegas porteiros. “Cada um deu uma contribuição. No total, eu recebi R$ 700 por mês durante o período do tratamento. Nem eu nem minha família passamos necessidade. Foi então que eu tive a idéia de criar o fundo”, lembra. Além de Antônio, outro porteiro que trabalha em um edifício na Rua Joana Angélica, em Ipanema, também foi ajudado pelo grupo. “Ele quebrou a clavícula. Recolhemos o dinheiro e pagamos o tratamento médico. O fundo funciona porque somos muito unidos”, explica. Mas não é qualquer porteiro que pode se cadastrar nesta plano de saúde. “Cada membro é escolhido a dedo. Tem que ser amigo, pois o grupo, na verdade, é uma grande família”, conclui.

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